segunda-feira, 20 de julho de 2009

Vino de Epanha

A Espanha, detentora da maior área cultivada em vinhedos no planeta é, sem dúvida, um país de grande tradição vinícola e possui inúmeros vinhos de alta qualidade. Desconhecê-los é ignorar uma importante parte do maravilhoso mundo do vinho.

Existem hoje na Espanha 54 regiões D.O.s (Denominación de Origen), e boa parte delas têm seus vinhos consumidos localmente ou exportados em pequenas quantidades. Nos últimos anos, tem sido crescente o interesse mundial pelos vinhos espanhóis, levando ao aumento das exportações, mas, ainda assim, são poucos os melhores vinhos disponíveis no mercado internacional e especialmente no Brasil.


Aqui são apresentadas D.O.s agrupadas nas regiões Nordeste, Noroeste, Centro, Sudeste, Sudoeste e Ilhas Canárias, com seus principais vinhos e uvas utilizadas na sua elaboração.

Os vinhos espanhóis estão classificados em três níveis de qualidade, a saber:

  1. Vino de mesa - vinho inferior, cuja produção pode ser feita em qualquer região do país, e que não se enquadra na categoria Denominación de Origen (D.O.).
  2. Vino de la Tierra - vinho de mesa um pouco mais diferenciado, produzido em região vinícola tradicional do país (Andalucía, Castilla-La Mancha, etc.), e que não se enquadra na categoria D.O.
  3. Vino de Denominación de Origen (D.O.) - vinho de qualidade, produzido em região delimitada e sujeito a severas regras que regulam as características do solo, os tipos de uvas utilizadas, o método de vinificação, o teor alcoólico, o tempo de envelhecimento, etc. equivale a AOC francesa e à DOC italiana.

Outras categorias
Existem categorias baseadas no tempo de envelhecimento dos vinhos que foram utilizadas inicialmente pela região de Rioja, e são adotadas na maioria das D.O.s, a saber:

  • Vino joven ou Vino Sin Crianza ou Vino del Año - Vinho jovem, um pouco envelhecido, mas não o suficiente para ser considerado "crianza".
  • Vino de Crianza - Vinho (tinto, branco ou rosé) de melhor qualidade, envelhecido pelo tempo mínimo de 2 anos, dos quais pelo menos 12 meses em barril de carvalho para os vinhos tintos e 6 meses em barril de carvalho para os brancos e rosados.
  • Vino Reserva - Vinho superior feito nas melhores safras. Os tintos devem ser envelhecidos pelo tempo mínimo de 3 anos, dos quais pelo menos 1 ano em barril de carvalho, enquanto os brancos e rosés podem envelhecer apenas 2 anos, dos quais 6 meses em carvalho.
  • Vino Gran Reserva - Vinho superior feito nas safras excepcionais. Os tintos devem envelhecer pelo tempo mínimo de 5 anos, dos quais pelo menos 2 anos em barril de carvalho. Os vinhos brancos e rosés podem envelhecer apenas 4 anos, dos quais 6 meses em carvalho.

Existem ainda outras categorias, tais como:

  • Vino de aguja - vinho branco frisante
  • Vino de licor (generoso) - vinho doce, de sobremesa, fortificado (que sofre adição de aguardente vínica)
  • Vino dulce natural - vinho doce não fortificado também ideal para a sobremesa
  • Vino gasificado - vinho tranqüilo (não espumante) elaborado mediante a adição de gás (CO2)

Regiões vinícolas
CENTRO

Esta região situa-se no platô centro-sul do país, nas vizinhanças da cidade de Madrid e compreende as seguintes D.O.s: La Mancha, Méntrida, Mondéjar, Valdepeñas e Vinos de Madrid.

La Mancha
Esta D.O. é a mais extensa região vinícola do mundo (170 mil hectares) e situa-se ao sul de Madrid, entre as cidades de Toledo e Albacete. Produz vinhos simples, ligeiros e de bom frescor, tanto brancos como tintos varietais e rosés.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Airén, Mabaceo, Pardillo e Verdoncho

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencíbel, Garnacha e Moravia

Méntrida
Situa-se entre as cidades de Madrid, Toledo e Ávila e possui vinhos rosés frutados e tintos jovens, potentes e encorpados, feitos principalmente à base de Garnacha.

Uvas permitidas:

Uvas Tintas: Garnacha, Tinto Basto (Tinto de Madrid ou Tempranillo) e Cencíbel

Mondéjar
É a mais nova D.O. (1996) e fica a sudoeste e próxima à cidade de Guadalajara, ao norte de Madrid. Seus vinhos são tintos de médio corpo e brancos ligeiros.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Macabeo, Malvar e Torrontés

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon e Cencíbel (Tempranillo)

Valdepeñas
Fica próxima às D.O.s Méntrida e La Mancha ao sul da cidade de Toledo e seus vinhos principais são tintos de qualidade, jovens e de crianza, e brancos ligeiros à base de Aíren.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Airén e Macabeo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencíbel (Tempranillo) e Garnacha

Vinos de Madrid
Situa-se nos arredores de Madrid e seus vinhos mais importantes são tintos robustos, um pouco rústicos, elaborados com Tempranillo e Garnacha, brancos saborosos feitos com Malvar e rosés potentes e frutados à base de Garnacha.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Airén, Albillo, Malvar, Parellada, Torrontés e Viura

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Merlot e Tempranillo (Tinto Fino ou Cencíbel)

NORDESTE

Engloba as províncias do País Basco e da Cataluña e está inscrita no polígono formado pelas cidades de San Sebastian, ao norte, Zaragoza, ao sul, Logroño, a oeste, e Gerona a leste. Nessa área estão localizadas dezoito regiões D.O.: Alella, Bizkaiko-Txakolina (ou Txacoli de Vizcaya), Calatayud, Campo de Borja, Cariñena, Cava, Conca de Barberá, Costers del Segre, Empordà-Costa Brava, Getariako-Txakolina (ou Txacoli de Guetaria), Navarra, Penedés, Pla de Bages, Priorat, Rioja, Somontano, Tarragona e Terra Alta.

Alella
Está logo acima de Barcelona nas colinas ao longo do litoral mediterrâneo. Produz, principalmente, vinhos brancos aromáticos, secos ou suaves. Possui também rosés saborosos e tintos frutados, especialmente os varietais à base de Merlot.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Pansá Blanca, Pansá Rosada e Xarel-lo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Garnacha Peluda, Merlot e Ull de Llebre (Tempranillo)

Bizkaiko-Txakolina (Txacoli De Vizcaya)

Situada no extremo norte, no coração do País Basco, entre as cidades de Vitoria, a capital, e Bilbao. Esta pequena D.O. faz, principalmente, os conhecidos txakoli brancos de qualidade e, também, um pouco de rosés e tintos ligeiros.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Hondarrabi Zuri e Folle Blanche

Uva Tinta: Hondarribi Beltza

Calatayud
Localiza-se na província de Aragon perto de Zaragoza. Produz, principalmente, vinhos rosés de qualidade da uva Garnacha, com bela cor, frescos e ligeiros, bem como tintos típicos da mesma variedade.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Macabeo, Malvasía, Moscatel Blanco e Garnacha Blanca

Uvas Tintas: Garnacha, Mazuela, Monastrell e Tempranillo

Campo de Borja
Vizinha de Calatayud está entre as cidades de Zaragoza e Logroño. Aqui os vinhos mais importantes são os tintos de qualidade feitos com a uva Garnacha, semelhantes aos vinhos de Cariñena, região vizinha. Há também rosés de Garnacha e alguns brancos.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Macabeo (Viura) e Moscatel Romano

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencibel (Tempranillo), Garnacha e Mazuela

Cariñena
Vizinha de Campo de Borja no centro-norte, ao sul de Zaragoza e produz tintos robustos, bons rosés, brancos e fortificados (vinos de licor).

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Macabeo (Viura), Moscatel Romano e Parellada

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencibel (Tempranillo), Garnacha, Juan Ináñez, Mazuela e Monsatrell

Cava
Esta D.O. é exclusiva dos melhores vinhos espumantes espanhóis de qualidade. Ela engloba várias áreas no noroeste do país, de Rioja, a oeste de Gerona, ao sul de Valencia, mas a maior parte da produção (99%) vem da região da Cataluña no município de San Sadurní d'Anoia, próximo a Barcelona e a Villafranca de Penedés. Como os outros vinhos espumantes existentes no mundo, as Cavas foram inspiradas no Champagne francês e muitas delas são feitas pelo método "tradicional" ou "champenoise", o mesmo utilizado na elaboração dos Champagnes franceses, com os quais muitas Cavas equivalem-se em qualidade.

As Cavas apresentam versões diferentes, conforme o seu grau de açúcar, podendo classificar-se em:

- Extra-Brut ou Brut-Nature (até 6 g de açúcar / litro)
- Brut (até 15 g / litro)
- Extra-seco (12 a 20 g / litro)
- Seco (17 a 35 g / litro)
- Semi-seco (33 a 50 g / litro)
- Dulce (superior a 50 g / litro).

Com relação à sua elaboração, as Cavas podem ser produzidas por três diferentes métodos:

1. Cava ou método tradicional - é idêntico ao método Champenoise, original francês, onde o vinho sofre uma segunda fermentação na garrafa com formação de bolhas.

2. De Transferência - difere do anterior pelo fato de que no fim do processo o espumante é transferido para uma nova garrafa.

3. Granvás - equivale ao método francês Charmat, onde o vinho sofre a segunda fermentação em grandes tanques de aço inox pressurizados.

Além das Cavas, a Espanha produz um outro tipo de vinhos espumantes que não devem ser com elas confundidos, pois se tratam de vinhos de qualidade inferior, baratos, que pertencem à categoria vino gasificado e são elaborados mediante a adição do gás CO2 em vinho tranqüilo.

Como os Champagnes, as Cavas são espumantes finos e adequados para serem apreciados puros ou acompanhando os mais diferentes tipos de alimentos, do aperitivo (os tipos secos) à sobremesa (os tipos doces).

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Macabeo (Viura), Malvasía Riojana (Subirat), Parellada e Xarel-lo

Uvas Tintas: Garnacha e Monsatrell

Costers del Segre
Está alojada aos pés dos Pirineus, na região da Catatuña, entre Lleida, Tarragona e Barcelona. Produz vinhos brancos, tintos e cavas de qualidade, que são muito semelhantes aos vinhos de Penedés, D.O. vizinha e mais famosa.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Garnacha Blanca, Macabeo, Parellada e Xarel-lo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Mazuela (Cariñena), Merlot, Monastrell, Trepat e Ull de Llebre (Tempranillo)

Empordá-Costa Brava
Situa-se no ponto extremo do nordeste do Mediterrâneo nos Pirineus, fazendo fronteira com a França, perto da cidade de Girona. Os vinhos mais importantes são o Garnatxa d'Empordà, um vinho doce natural, e os rosés frutados, refrescantes e de bela cor, mas produz também tinto de médio corpo.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Garnacha Blanca e Macabeo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cariñena, Garnacha, Merlot e Ull de Llebre (Tempranillo)

Getariako-Txakolina (Txacoli De Guetaria)

Está na costa norte, perto da cidade de San Sebastian, na fronteira com a França. Seu principal vinho é o Txakoli de Getaria, branco de qualidade, elaborado com a uva Hondarrabi Zuri.

Uvas permitidas:

Uva Branca: Hondarrabi Zuri

Uva Tinta: Hondarribi Beltza

Navarra
Região vizinha de Rioja ocupa a região centro-norte, entre as cidades de Vitória, Logroño e Pamplona. É famosa pelos seus bons rosés de Garnacha, mas possui também bons vinhos brancos, alguns fermentados em barrica, e tintos de Garnacha palatáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Viura, Moscatel, Chardonnay e Malvasía

Uvas Tintas: Garnacha, Tempranillo, Merlot, Cabernet Sauvignon e Graciano

Penedés
Situada na costa nordeste do mediterrâneo, entre Barcelona e Tarragona, forma, junto com Rioja, Ribera del Duero, Jeréz e Priorat, o grupo de elite das D.O.s espanholas. Produz tintos macios de qualidade de uvas nativas e estrangeiras com destaque para a Cabernet Sauvignon. Os brancos são leves e frescos para consumo rápido, mas faz também muitos Chardonnay fermentados em barrica mais estruturados. Produz também bons rosés frutados, muitos dos quais de boa qualidade, competindo com os de Navarra.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Macabeo, Xarel-lo, Parellada e Subirat Parent

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cariñena, Garnacha, Merlot, Monastrell, Pinot Noir, Samsó e Ull de Llebre (Tempranillo)

Pla de Bages
Localiza-se na comarca de Bages, ao norte de Barcelona e próxima às cidades de Manresa e Lleida. Seus vinhos assemelham-se aos da vizinha D.O. Penedés.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Macabeo, Parellada e Picapoll (Autóctone)

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Merlot e Ull De Llebre (Tempranillo)

Priorato
Vizinha das duas D.O. anteriores situa-se também na Costa do Mediterrâneo, entre Barcelona e Tarragona. É a D.O. que mais se tem destacado, sobretudo pela alta qualidade de seus vinhos tintos. Robustos, elegantes, com aromas complexos e grandes caráter e estrutura na boca, esses vinhos têm recebido grande consagração dos conhecedores de todo o mundo. Além dos belos tintos, produz bons brancos e rosés razoáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Macabeo e Pedro Ximénez

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cariñena, Garnacha Tinta, Garnacha Peluda e Mazuela

Rioja
Localizada no norte, compreende a região do vale do rio Ebro, entre as cidades de Haro, a oeste, Logroño, no centro e Altaro, a leste, e está próxima de Vitoria, a capital do País Basco. Divide-se nas seguintes sub-regiões: Rioja Alta, a oeste, entre Haro a Logroño; Rioja Alavesa, pequena sub-região ao norte da anterior; Rioja Baja, a leste, entre Logroño e Altaro.

Rioja foi a primeira região vinícola a projetar os vinhos espanhóis no mercado mundial e possui a maior produção do país, produzindo cerca de trezentos e cinqüenta milhões de quilos de uvas e quase duzentos milhões de litros de vinho! Foi também a primeira região a adotar as tipificações Crianza, Reserva e Gran Reserva, hoje adotadas na maioria das regiões.

Recentemente passou a ter a denominação mais diferenciada D.O. Calificada, para a qual todos os vinhos devem ser engarrafados no distrito de Rioja.

Produz essencialmente tintos de qualidade, encorpados e leves (Claretes) e pequenas quantidades de brancos e rosés. Alguns tintos envelhecidos (Crianza, Reserva e Gran Reserva), particularmente os Marqueses (Marqués de Riscal, Marqués de Arienzo, Marqués de Murrieta, etc) são muito conhecidos e, juntamente com outros vinhos da Rioja pertencem à elite dos vinhos espanhóis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Malvasía e Riojana Viura

Uvas Tintas: Garnacha, Graciano, Mazuelo e Tempranillo

Somontano
Situada parte central dos Pirineus, nos arredores da cidade de Huesca próxima a Zaragoza, esta D.O. apresenta tintos bem estruturados, brancos de qualidade e rosés agradáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Alcañon, Chardonnay, Garnacha Blanca, Gewürztraminer e Macabeo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha Tinta, Merlot, Moristel, Parraleta, e Tempranillo

Tarragona
Vizinha da D.O. Penedés, na costa mediterrânea, em torno da cidade de mesmo nome, esta D.O. produz, além do Tarragona clássico licoroso, tintos potentes e brancos e rosés ligeiros.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Mabaceo, Parellada e Xarel-lo

Uvas Tintas: Garnacha, Mazuela e Ull de Llebre (Tempranillo)

Terra Alta
Vizinha da D.O. anterior, no nordeste espanhol, Terra Alta elabora principalmente brancos de razoável complexidade. Além disso, produz também tintos encorpados, rosés ligeiros e alguns vinhos fortificados.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Macabeo e Parellada

Uvas Tintas: Cariñena, Garnacha Negra, Garnacha Peluda, Mazuela e Ull de Llebre (Tempranillo)

NOROESTE
Essa região situa-se próxima à fronteira com Portugal, estendendo-se da cidade de La Coruña, ao norte, até Valladolid ao sul, e compreende as seguintes D.O.s: Bierzo, Cigales, Monterrey, Rias Baixas, Ribeira Sacra, Ribeiro, Rueda, Ribeira del Duero, Toro e Valdeorras.

Bierzo
Aloja-se na Galicia, no noroeste do país, em área montanhosa entre as cidades de Leon e Lugo. Faz tintos de qualidade à base de Mencía (um clone de Cabernet Franc), e brancos e rosés razoáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Doña Blanca, Godello, Malvasía e Palomino

Uvas Tintas: Garnacha, Mencía e Tintorera

Cigales
Localiza-se em uma zona entre Valladolid e Palencia e destaca-se por seus vinhos rosés pálidos da cor da pele de cebola, frescos e frutados, embora produza tintos apenas corretos.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Albillo, Verdejo, e Viura

Uvas Tintas: Garnacha e Tinto del País (Tempranillo)

Jerez

É uma das mais famosas regiões vinícolas da Espanha, situada ao sul de Sevilla, mais precisamente próxima da costa atlântica, nas cercanias das cidades de Jerez de la Frontera, San Lúcar de Barrameda e El Puerto de Santa María, próximas a Cadiz.

O método de elaboração

O Jerez, como o vinho do Porto, é um vinho fortificado, isto é, que recebe a adição de aguardente vínica, tornando-se mais alcoólico e "mais forte". No Porto a aguardente é adicionada durante a fermentação, interrompendo-a e originando um vinho doce, enquanto no Jerez ela é adicionada após a fermentação ser concluída, dando um vinho seco. O aroma e gosto especiais e únicos do Jerez se devem à uva, ao método de elaboração específico e ao envelhecimento pelo sistema de “solera” que comentaremos mais à frente. O Jerez sempre é um corte (mistura) de vinhos de vários anos diferentes e não de uma só safra.

O envelhecimento

O Jerez é envelhecido pelo sistema original: o sistema Solera, onde são utilizados barris de carvalho americano, denominados botas, com capacidade para 600 litros, cheios até 5/6 de sua capacidade.

Enquanto em outras regiões vinícolas os barris são hermeticamente fechados, em Jerez eles são abertos para permitir que o vinho seja airado pela brisa do sudoeste. Terminada a fermentação alcoólica e esgotados os açúcares do mosto, as leveduras sobem até a superfície e formam uma película, o velo de flor (véu de flor) ou simplesmente flor de Jerez. Esses microorganismos permanecem na superfície do vinho, e aí, na presença do oxigênio do ar, transformam alguns componentes do vinho. Esse processo de intensa e contínua ação metabólica das leveduras da flordenomina-se crianza biológica e, na realidade, é um envelhecimento biológico do vinho, e confere as características organolépticas (sensoriais) únicas do Jerez.

As botas são colocadas em, pelo menos, três fileiras superpostas. A primeira, a solera, colocada no chão, contém o vinho mais velho pronto para ser engarrafado e as que estão sobre ela denominam-se criaderas. A quantidade de vinho que é retirada dasolera é reposta com o vinho da fileira logo acima, a primeira criadera, que por sua vez é completada com o vinho da fileira superior, a segunda criadera e assim por diante, até a criadera superior (mais jovem) que é preenchida com o vinho mais novo daquele ano.

Todos os tipos de Jerez (ver abaixo) precisam envelhecer por pelo menos três anos e este é o mínimo para os Finos e os Manzanillas. Os Amontillados são envelhecidos por, no mínimo, cinco anos e os Olorosos sete anos.

Os diferentes tipos

Existem oito tipos principais de Jerez, a saber:

Fino - é pálido da cor da palha, seco, com um aroma delicado de torrefação e de nozes, seco e leve no paladar e envelhecido sob a "flor". Deve ser servido ligeiramente gelado.

Manzanilla - é um Fino muito seco, exclusivo das bodegas de Sanlúcar de Barrameda, onde é envelhecido sob a "flor". Possui as características do Fino, acrescidas de aroma e gosto da brisa marítima que existe nas bodegas de Sanlúcar. Também deve ser servido ligeiramente gelado.

Amontillado - tem cor âmbar, é seco, envelhecido e tem aroma de nozes, porém mais intenso e mais fresco do que os dois anteriores. Na boca é mais macio e encorpado.

Oloroso – seco, às vezes doce, envelhecido, encorpado, da cor âmbar do mogno e, como o seu nome sugere, seus aromas são fragrantes e intensos e lembram também a nozes.

Palo Cortado – seco, envelhecido, muito pouco produzido.

Pale Cream - de cor de palha bem pálida e com aromas de torrefação é macio e doce no paladar.

Pedro Ximenez – doce produzido por poucas vinícolas, equivale ao tipo anterior.

Cream - é um Oloroso muito doce feito com a uva Pedro Ximenez. Tem cor de mogno bem escuro e aromas de torrefação intensos e delicados. No palato é bem doce, redondo, aveludado e bem encorpado.

segunda-feira, 6 de julho de 2009


O Serviço do Vinho

A temperatura

Beber o vinho na temperatura correta é essencial para que ele mostre todas as suas características.

Vinhos brancos e espumantes devem ser bebidos mais frios porque uma das características que se espera deles é o frescor e a acidez, que casam bem com a baixa temperatura. Como regra geral bebe-se vinhos brancos entre seis e 10ºC, temperatura de porta de geladeira.

Se a visita apareceu de surpresa, tire o vinho da adega, que está entre 15 e 18ºC e coloque-o em um balde com bastante água e um pouco de gelo. Em minutos estará na temperatura correta. Depois disto, cuidado com o gelo para que o vinho não fique gelado demais.

Vinhos tintos devem ser bebidos menos frios que os brancos, entre 15 e 20ºC. Muito gelados escondem seus aromas, quentes demais a exalação do álcool ficará muito forte, mascarando os demais aromas.

Aí você vai perguntar:

- Mas vinho tinto não é servido na temperatura ambiente?

Sim, é. Na temperatura ambiente das caves na Europa, não do nosso escaldante verão tropical. Tente beber vinho tinto a 35ºC e, se você sobreviver, depois nos conte.

Aproveitando o tema clima, vamos falar daquela bobagem dita e repetida pelos brasileiros que vinho só é bom no inverno (e aí todos os anos, no princípio do inverno, todos os jornais, tvs e revistas ressuscitam aquela conhecidíssima matéria sobre queijos e vinhos), que no verão a bebida é a cerveja.

Vejamos se estas afirmações resistem a argumentos lógicos: a cerveja foi inventada num freezer chamado Alemanha e os espanhóis embora vivam com temperaturas perto dos 40ºC no verão, como nós, tomam vinho o tempo todo.

Vamos deixar de lado essa história, vinho é bom com qualquer clima, basta escolher o vinho correto para cada momento.

Não há nada mais gostoso do que um vinho branco ou um espumante geladinho à beira da piscina, em um almoço de verão ou para assistir ao pôr do sol na praia ou na serra em boa companhia.

Vinho na temperatura correta, hora de pegar as taças no armário.

Taças

Taças, outro capítulo muito importante no nosso caminho de apreciadores do vinho.

Primeiro vamos entender a diferença ente vidro e cristal: vidro é uma mistura que, sob altas temperaturas, se funde em uma massa que pode ser moldada. O vidro é bem resistente, mas não permite moldagens muito finas.

Para conseguir moldagens mais delicadas, com paredes mais finas, adiciona-se chumbo à massa do vidro.

O chumbo é tóxico e pode causar envenenamento, então, após muitas pesquisas, determinou-se que 24% de chumbo é um percentual seguro. É o índice usado nas cristalerias de todo o mundo. Assim nasceu o cristal, mais fino, muito mais delicado e muito mais frágil.

Você não precisa ter aquelas taças sensacionais, de cristal austríaco que custam 35 dólares cada, existem boas taças de cristal nacional, de cristalino (mistura inventada por uma fábrica alemã que dá a beleza do cristal com a resistência do vidro) ou mesmo de vidro. O importante é que as suas taças tenham algumas características essenciais:

Paredes e bordas finas - a temperatura da massa do cristal (que está em temperatura ambiente) influencia na temperatura do vinho, por isso ela deve ser o mais fina possível.

Cristal ou vidro transparente e sem lapidações - a parede da taça deve permitir uma boa análise visual do vinho.

Taças cheias de lapidações só servem para enfeitar a cristaleira da vovó.

Pé longo - por onde você vai segurar a taça, evitando que o calor da sua mão a 36ºC esquente o vinho.

Boca mais estreita do que o bojo, formando um "bolsão" de ar em contato com o vinho, onde os aromas ficarão presos. Além disto este formato permite que você gire a bebida na taça sem tomar banho de vinho (nem molhar quem está ao seu lado...).

A taça usada em degustações oficiais é a taça ISO, e serve para brancos e tintos. É o melhor modelo para você começar seu acervo.

Saca Rolhas

Taças escolhidas, vinho na temperatura perfeita, mas a garrafa ainda está fechada.

Para retirar a cápsula podemos usar uma faca ou o corta cápsulas, um aparelhinho com discos de metal que cortam a cápsula.

Após tirar a cápsula, dê uma olhadinha de perto nela: você vai ver dois ou três furinhos, feitos para impedir que a umidade do ar se condense sobre a rolha e forme bolor. Também por estes furinhos pode passar poeira e sujeira. Para impedir que esta sujeira caia no vinho é muito importante que você passe um pano sobre a boca da garrafa antes de tirar a rolha.

Agora entra em cena o saca rolhas. Existem centenas de modelos no mercado, dos mais simples aos mais sofisticados. O saca rolhas é uma peça que merece algum investimento, pois um bom saca rolhas evita que a rolha se quebre ou que esfarele e deixe cair resíduos no vinho.

Um bom saca rolhas deve ter uma rosca sem fim, de preferência forrada de anti-aderente como o das frigideiras. Fuja daqueles que parecem um parafuso, eles rasgam a rolha.

Decanter

Você já deve ter visto aquelas jarras de base bem larga, usadas para decantar o vinho. Se não viu, hoje em dia é bem fácil encontrar uma delas, todas as boas lojas de presentes têm diversos modelos.

A finalidade de decantar o vinho é permitir que ele entre em contato com o oxigênio e "acorde" depois de anos fechado dentro da garrafa.

Vinhos muito jovens podem também se beneficiar da decantação, pois a oxidação é uma forma de envelhecimento acelerado.

Pelo mesmo motivo, vinhos muito antigos não devem decantar demais senão corremos o risco de colocar um vinho morto na taça.

Como tudo que se relaciona com o vinho, é questão de estudo e aprendizado saber que vinhos decantar e por quanto tempo.

Finalmente o vinho vai para a taça.

Seqüência de serviço

Da mesma maneira que não devemos tomar vinhos doces antes das refeições para não prejudicar o paladar para os alimentos salgados, durante uma refeição onde tomaremos diferentes vinhos eles devem seguir uma seqüência crescente de estrutura gustativa.

Temos como exemplo um jantar para os amigos.

Enquanto as pessoas chegam pode ser servido um espumante bem geladinho, é uma bebida descontraída, alegre e festiva, ideal para as conversas iniciais e as apresentações.

Esse mesmo espumante ou um vinho branco seco pode acompanhar a salada com frutos do mar que será servida como entrada.

O prato principal, um frango grelhado com risoto de champignon, será acompanhado por um vinho tinto da uva Malbec, com taninos elegantes e estrutura para o sabor do frango, mas sem ser agressivo demais para o risoto.

Se a opção escolhida para o prato principal for de um assado de cordeiro com molho de vinho, prato que tem sabor muito forte, precisaremos de um vinho potente de verdade, como um Cabernet Sauvignon.

Para acompanhar a sobremesa, que será uma torta de morangos, um Sauternes que é um dos tipos de vinho doce natural ou mesmo um vinho do Porto. Para o convidado que dispensar a torta, o Porto serve como sobremesa.

Em resumo, a seqüência de vinhos em uma refeição deve sempre ir dos brancos para os tintos, do mais leve para o mais encorpado, do mais simples para o mais complexo, do seco para o doce.

Apoio e publicação: http://www.sitedovinhobrasileiro.com.br



Quinta do Côtto tinto 2005
Produtor: Quinta do Côtto
País: Portugal
Região: Douro
Safra: 2005
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Um dos mais aclamados e tradicionais vinhos de Portugal.
O consagrado Quinta do Côtto
foi o primeiro "Vinho de Quinta"
do país. Saboroso, rico e intenso, com ótima estrutura
e concentração, sempre recebe excelentes notas
da imprensa especializada.
É um clássico de Portugal.
(Leia mais...)
Decanter: 4 Estrelas (02)
Wine Enthusiast: 88 pontos (01)
Revista de Vinhos: 16,5/20 pontos (01)

Compre no MISTRAL : www.mistral.com.br (r$ 73,90)